domingo, 20 de maio de 2012

FAXINA


Novo poema
Neste, como nos outros,
Sigo fascinado
Pelo tema da solidão




FAXINA

             Isaac Starosta


Enxotei os mercadores
Os construtores de castelos
Os roedores da paciência alheia
Os vizinhos bonzinhos
Pretendentes a inocentes
Enxotei os que cantam 
As suas vitórias e com isto
Fazem incrementar
O meu atraso de vida

Enxotei tudo e todos

Agora estou sozinho
Preciso começar
Uma nova empreitada

-Alguém me ajuda?!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

INTRODUÇÃO, texto de Isaac Starosta



                                   "INTRODUÇÃO"

Seguidamente faço descobertas com muita alegria. Assim, um dia desses, eu me deparei com uma gravação antiga, e raríssima, no campo do Long Play. Porém em nenhum cantinho da mesma consegui captar o ano de sua edição.
O disco em referência faz parte dos primeiros lançamentos da Gravadora Mocambo, de José Rozenblit, em Recife, Pernambuco. Era uma “Introdução”  que visava a divulgar a Bossa Nova,  deve ter surgido lá entre as décadas de 1950-60 e até agora não mereceu  nenhuma referência  no Google nem na imprensa musical.
  A Fábrica Rozenblit, que  nem existe mais,  pertenceu a uma família judia, ao que tudo indica de imigrantes da primeira metade do século XX, tal como aconteceu com uma família mais antiga, a dos Figner, que introduziram a marca Odeon no Rio de Janeiro. E assim aconteceu com as fábricas de automóveis Mercedes Benz na Alemanha e General Motors nos Estados Unidos, iniciadas por judeus que, em condições adversas, de imigrantes, tiveram de desenvolver ao máximo a própria  criatividade para garantir a sobrevivência melhorando de vida continuamente.
 Mas voltando ao nosso  LP, ele possui na capa um letreiro de sílabas separadas assim: "In-tro-DUÇÃO", algumas letras em preto outras em branco, ao fundo perfis de edifícios modernos, e algumas notas musicais. Na parte inferior da capa, uma lista em vermelho destaca a imagem de uma figura juvenil onde,  em letras brancas, está escrito “Teenager Series”, curiosa referência ao que seria a Jovem Guarda dos adolescentes daquela época que começavam a despontar na cultura de massa brasileira. 
Acrescento mais dados técnicos do disco:
                        Produção - Bernardo Sonderman
                        Direção artística - Djalma Cavalcante
                        Técnica de som - Julio Anidez
                        Capa – André
                        Entre as faixas do disco, aponto as músicas muito bem sucedidas para uma incipiente Bossa Nova:
                        - “Onde está você”, de Oscar Castro Neves, por Patrícia.
                        - “Morte de um Deus de Sal”, de Menescal e Bôscoli, pelo conjunto Impulso 4.
                        - “Maria Moita”, de Carlos Lyra, por Silvinha (suponho que seja a Silvinha Telles)
                        - “A Felicidade”, de A. C. Jobim e Vinicius, pelo Quinteto Berimbossa.
                        Segundo o autor do texto da capa,  “IINTRODUÇÃO é mais uma afirmação de que nestes últimos anos os temas de ‘bossa’ atingem uma força popular que há muito não se via, consequência lógica da nova forma rítmica e criadora que se imprime à música popular brasileira”.

                        Lembro ainda que por essa mesma época, aconteceu, num clube judaico de Copacabana, a primeira apresentação coletiva de bossa nova, a qual foi organizada por um grupo de profissionais-liberais da coletividade. Do recital fizeram parte, entre outros, Silvinha Telles, Carlos Lyra, Menescal, e assim por diante.
                        Se alguém tiver como contribuir com novos dados para esta minha pesquisa, gostaria de sugerir os seguintes temas:
            ‘           “A influência dos judeus na Bossa Nova”;
                        “A História da Gravadora Mocambo, da Família Rozenblit, em Recife”.