sexta-feira, 9 de julho de 2010

ABRAÇO DE URSO

Pensando bem, o abraço de urso com o maestro Francis Padilha foi benéfico para o meu desempenho como cantor. Foi um abraço “allegro molto expressivo, e sem nenhuma conotação pessoal.

É que eu precisava de um desempenho convincente como coralista, além de outros motivos, pela situação especial que se criou de eu estar funcionando ultimamente, por falta de companhia, como o único baixo do Grupo Zemer. Felizmente os naipes de soprano e contralto têm um número razoável de cantoras.

Seja por qual motivo for, o meu naipe inteiro só tem uma voz de baixo e eu sou esse único componente precisando cantar por todos os que deviam estar ali e não estão. A minha voz, única, quase como de um solista, aparece demais, e, em vista disso, me deixou preocupado com o meu desempenho, mas graças a Deus, pelo entusiasmo com que o pessoal me cumprimentou, eu devo ter até cantado bem.

Na realidade, a preocupação maior que deve ter um músico, seja ele instrumentista ou cantor, é a de se concentrar fielmente nas coisas que o senhor maestro está pedindo.

Daí a extrema importância que pode adquirir um abraço de urso, para nos aproximar melhor de quem nos comanda. Abraço que, segundo esta minha recente experiência, em muito facilitou a compreensão dos gestos de um comandante pelo seu comandado. Gestos que, em vista do poder intuitivo que todos nós temos, ainda funcionam melhor do que a comunicação falada mais alta que possa existir.

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