sábado, 23 de outubro de 2010

PINGOS E RESPINGOS (III)

1.

Por esses dias resolvi publicar, dentro deste blog, uma autobiografia. Na ocasião a minha amiga Gilia ficou sabendo e até ficou entusiasmada: – Vai ser lindo, ela previu.

Mas hoje, passados uns meses, estou achando difícil corresponder à façanha que me propus.

Se eu ainda não morri, como é que vou ter uma visão completa sobre a minha vida?!

2.

“Quando estava à-toa resolvi fazer uma poesia. Agora faço uma poesia para ficar à-toa”.

Esta bela frase pertence a José Joaquim Salles

Procurando no Google, descubro que J.J.Salles foi o ilustrador do livro de poemas de Cacaso “Na corda bamba” que também dá nome a um dos poemas do livro:

“Na corda bamba

Poesia

Eu não te escrevo

.Eu te

Vivo

E viva nós!”

Cacaso é poeta dos anos de chumbo e cuja poesia Heloisa Buarque de Holanda classifica como “marginal”, ou seja, onde há uma indistinção entre poesia e vida.

“Ou seja, quando a poesia marginal propõe uma quase coincidência entre poesia e vida, esta proposta poderia, no limite, resultar no desaparecimento da própria poesia. É a produção poética literalmente na corda bamba...”

A poesia neste caso seria marginal porque a indistinção entre poesia e vida cria uma poesia afastada dos moldes acadêmicos, o que vemos no belo exemplo de “na corda bamba”.

3.

Será que esta campanha eleitoral vai continuar sempre assim, um dos lados há dois anos proclamando-se vencedor, e o outro lado sem saber como fazer para sair do fato consumado que os adversários estão lhe apresentando?

4.

Serra quer espalhar São Paulo, com o seu progresso, por todas as partes do Brasil, enquanto Lula quer transformar São Paulo num novo e retumbante sucesso das idéias petistas.

Qual das duas alternativas resultará melhor para nós, brasileiros?

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