sábado, 2 de outubro de 2010

PINGOS E RESPINGOS



PINGOS E RESPINGOS

1.

Estou voltando a este blog após alguns dias de ausência, uma parte desse tempo por ter viajado e, outra parte, porque não gosto de escrever por obrigação. Aliás, tenho conhecido respeitáveis intelectuais que consideram de mau gosto alguém escrever por mera obrigação profissional. Foi até por este motivo, creio, que aos dezoito anos de idade escolhi a profissão de dentista para ganhar a vida enquanto continuaria escrevendo por prazer nas horas vagas.

2.

Os jornais noticiam que milhares e milhares de brasileiros já estão passando dos cem anos de idade.

Eu mesmo daqui a pouquinho estou chegando perto dos oitenta, o que aceito como um belo resultado do meu jeito de viver. – Ou da proteção divina?

Agora preciso de alguma receita que me leve ao glorioso Centenário.

3.

Tenho gostado das análises políticas do jornalista Armando Burd, sempre sólido e eficiente, escrevendo para o Jornal O Sul. Concordo com ele que seja preciso mudar o formato das campanhas e dos debates eleitorais.

Para mim, a propaganda na TV, além de não mostrar quase nada, ainda faz uso de chavões comerciais como aqueles dos carros de propaganda.

Nos debates entre candidatos, não há espaço para que os temas amplos sejam bem explicados; tudo é rápido, em segundos. Tudo é cronometrado. Mais parece um pingue-pongue do que um debate de idéias. Talvez porque o tempo na TV custa caro, mas também porque o conhecimento dos candidatos carece de maior precisão, descamba para um “achismo” desgraçado. Esta é uma postura individualista dos candidatos, por falta de uma convivência partidária mais profícua. Talvez por efeito dos marqueteiros, os candidatos mudam de posição política sobre os mesmos temas uma porção de vezes. Devido a isto, e também porque os partidos estão cindidos e desorientados, é o que constatamos na frase de Armando: ”Campanha de José Serra no Rio Grande do Sul está mais para jogo de quebra-cabeças que caiu no chão”.

A coluna de Armando Burd colabora para o catálogo de rimas eleitorais: “Preciso do teu apoio, vote no Zé do Arroio”. E ainda tem no final, como sempre, uma referência histórica, desta vez ao impeachment de Fernando Collor, com dois eles e tudo, no dia 28 de setembro de 1992, mostrando-nos como tem sido frágil a nossa democracia desde a eleição de Janio Quadros em 1960.

O que se precisa urgentemente é de uma reforma política que defina melhor e dê mais consistência aos partidos. A reforma se faria por uma Constituinte mista com líderes partidários, parlamentares e representantes dos variados setores da sociedade.

Um comentário:

  1. É verdade, pelo que percebo ninguém faz uso do horário eleitoral "gratuito" para definir seu candidato, quando muito ajuda a definir em quem não votar de jeito algum.

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