sexta-feira, 4 de junho de 2010

UMA AUTOBIOGRAFIA?

Às vezes me pergunto por que não escrever uma autobiografia?

E, pensando em fazê-lo, sou tentado em falar do meu primogênito.

E mais, talvez eu não tenha até hoje tentado essa autobiografia por me dobrar a uma idéia arraigada de que tudo que se escreve deva ter começo-meio-fim.

Creio que eu só poderia escrever sobre o vivido, se eu deixasse as impressões fluírem espontaneamente sem uma ordem planejada.

Assim, olhando para meus descendentes eu me vejo em muitas histórias minhas também.

Meu filho Amilcar, desde tenra idade é talentoso no desenhar, dedica-se ao violão, é ágil tanto no tocar como em lecionar o instrumento, e, ao mesmo tempo, como se não bastasse, tornou-se um dos mestres-cucas mais reconhecidos em pão integral na Zona Sul do Rio de Janeiro, e mais ainda, tem-se integrado muito bem no Coral Canto do Rio de Paulo Malaguti (vulgo Pauleira) e motivou-se tanto para cantar que até aulas de Técnica Vocal com a professora Chrismarie ele tem freqüentado sistematicamente. O fato de um Coral ser amador não dispensa, de maneira nenhuma, o estudo da Música, nem a manutenção de um desenvolvimento técnico da voz.

Comigo tem acontecido o mesmo exagero de versatilidade. Tenho sido sempre um motorzinho vertiginoso, se assim posso dizer, pois joguei futebol, fui campeão de xadrês juvenil, estudei Odontologia, Filosofia e Letras, procurei ser um escritor de crônicas, poemas, contos e romances, agora estou principiando nos Contos Curtos e nos Hai-Kais, estes últimos muito intrigantes e desafiantes, porque não é mole você conseguir, com três versos curtos apenas, resumir um oceano de emoções e idéias que estão borbotando dentro e fora de você..

Íntimo da Música, fui violinista em orquestras e recitais individuais, cantei ópera no Coral da OSPA (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre), até chegar, nos últimos anos, a uma posição mais estável, com a minha inserção no Coral Zemer de Porto Alegre.

Estável também é a continuação de uma demorada auto-pesquisa sobre os meus originais de anos e anos, escritos à mão, inéditos, e que se encontram nas gavetas e gavetões de todos os móveis da casa.

Se publicar é bom, escrever é divino. Por tal motivo é que tenho ficado nos últimos anos principalmente nesta suprema alegria do escrever solitário.

Se alguém, diante dos meus despojos, encontrar alguma coisa interessante para ler, saberei que a minha vida não foi em vão.

Um comentário:

  1. Tua amiga Gilia torcendo por tua auto-biografia.

    Tens muita VIDA para compartilhar!

    Abraço,
    Gilia

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