sábado, 31 de julho de 2010

O REIZINHO DAVI CHEGOU



Hoje, domingo, sem atraso nenhum das companhias aéreas, foi na hora exata que o meu neto chegou.

Donde foi que ele chegou tão de repente assim?

Só pode ter estado escondido numa máscara de dias e dias, a máscara engana-vovô que o tempo às vezes pode nos promover.

Como quer que seja, na hora em que o menino chegou eu fiquei feliz DAVIda.

Adivinharam o nome dele?

E o Davi também ficou feliz por ser o mês de julho, quando existe pinhão e mais pinhão em todos os mercadões e mercadinhos, e aí entrou em cena o vovô ensinando o neto de cinco anos a descascar pinhões com uma maquineta de madeira, espécie de mini-prensa que faz o pinhão jogar a língua para fora. Gostaria que vocês vissem, meu neto gostou tanto da brincadeira que está até agora espremendo pinhões e os oferecendo para todo o pessoal da casa.

Depois a minha filha Márian, a mãe do Davi, ligou e ele não atendeu a mãe, de tão frenético que tinha ficado operando aquela chuva seca e sólida que descia das araucárias.

E a Sílvia, minha esposa, então resolveu me reclamar:

- Por que foste dar este brinquedinho para ele, se já é hora dele almoçar?!

Minha nega, tive vontade de responder, como é que a gente vai negar brinquedos a uma criança?!

Mas na hora resolvi melhor, voltando uma geração para trás no tempo, e respondi:

- O meu pai sempre me negou brinquedos, e foi por este motivo que eu me tornei um homem tão sério!

Fiz o meu ar mais trágico, e continuei explicando:

- Meu pai encheu a nossa casa de livros a ver se assim conseguia tornar o seu filho um grande intelectual, ou pelo menos um eficiente engenheiro ou doutor.

E foi graças a esta proximidade com os livros que eu me tornei um POETA, ou PATETA, como querem os classe-média da vida.

E como se não bastasse esta emoção que estou tendo com a chegada do neto, o Grêmio vai jogar às quatro da tarde lá no país das Minas Gerais. E o pior, o meu Grêmio já está descendo garbosamente para a zona de rebaixamento, como, aliás já tem acontecido noutros períodos da sua história. E, queiram me desculpar, mas eu já estou ficando de coração na mão.

Grêmio é Grêmio. Apesar das turbulências, apesar dos altos e baixos com que tem torturado os seus fãs, o Grêmio, mesmo de camisa toda rota e brincando de esconder com a mediocridade e a falência muito próxima, o Grêmio continua sendo a minha maior honra, a minha nobreza, ou mais ainda, a verdadeira razão da minha existência.

Depois fico tentando caminhar um pouco pelo apartamento, pois que hoje eu ainda não saí de casa, quando de repente o neto me mostrou o lugar banguela donde tinha caído ontem o primeiro dente de leite da sua boca. Enquanto isso, está passando na tela de TV o filme “Noviça Rebelde”, um dos filmes mais-mais, com a insubstituível Julie Andrews no papel. E a Silvia está saindo de casa para ir buscar a minha sogra para o nosso almoço.

Minha felicidade vai se completar amanhã quando a minha filha vai chegar do Rio.

Logo ficou mais interessante o ambiente por causa do Skype que nós conseguimos conectar com Marian, daqui para o Rio de Janeiro e vice-versa. Vejam que bela tecnologia, pois o Davi, que não aceitou falar telefone com a mãe dele, agora, pelo Skype, já está um tempão animadamente conversando com ela pela linha direta, frente a frente. O fato é que a imagem foi bem mais forte para o menino do que o som do telefone.

Olho para o que está acontecendo agora e vejo que de fato somos uma família, com parentes de todos os lados. Pelo Skype.

Enquanto estou olhando como é verdejante o nosso lar doméstico, êpa!, que de repente aconteceu um problema que fico discutindo com a Sílvia:

- A gente deve ou não deve deixar o neto brincar num computador de verdade??? Será que ele não vai anarquizar completamente com este nosso computador???

Nota de agradecimento:

Com muita boa-vontade e afeto de filha, esta minha fotógrafa usou de toda a sua técnica e maestrias mil para inventar uma fotografia melhor do que aquela que eu tinha posto no Perfil deste meu blog.

Portanto, a minha nova foto neste blog é de autoria da fotógrafa Márian Starosta, a qual, além de me fotografar, encheu de coisas bonitas a minha cara e o meu coração.

Um comentário:

  1. Meu querido e amado pai,
    Alegre ficou meu coração e minha alma em ter a felicidade de passar poucos e intensos dias com voce, Silvia e Mauricio, todos tão atenciosos e generosos! Mais uma vez volto para casa com a sensação gostosa de pilhas recarregadas, me sentindo plena....que amor gostoso! Todas as carências ficam para trás pelo menos por algum tempo...quando não aguentar mais, é só pegar o avião e aportar na Lucas, onde encontrarei novamente essa deliciosa acolhida! Muito obrigada, familinha querida!

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