quinta-feira, 13 de dezembro de 2012





DEUS  ÚNICO
                                   Isaac Starosta

“Não haverá dentro de ti um deus estranho”
                                               Salmo 81:10




O Deus pode ser familiar
O Deus pode ser estranho
Poderá ser um só Deus?

Queremos Deus
Queremos Deus
E esperneamos

Pelo menos por dentro
Somos mais autênticos
Do que por fora

Só dentro de ti
Existe este deus
Que não tem nome

O Deus que gera
Todo e qualquer
Sentimento

NB - Não sei se escrevi um poema ou um estudo teológico.
Gostaria que alguém  me dissesse se ele é uma coisa ou outra
De qualquer jeito, é ou não é importante alguém dizer alguma coisa quando uma criança nasce????                   
 



  


terça-feira, 25 de setembro de 2012

MORTE EM VIDA






MORTE  EM  VIDA

                       Isaac Starosta




O meu coração morreu
Fora do peito
De tanto te procurar
E delirar por ti


És um anjo de bondade
Que além de me matar
Ainda me mantém escravo
Dos teus sapatinhos Verdes
De soirée

domingo, 12 de agosto de 2012

POEMA DO DAVI



                        CANÁRIO
                                  
Isaac Starosta


O canário do vovô
Está velho cansado
Mas ainda tem nome
E garganta
Chama-se Barba-Ruiva
E não pára de cantar

Já quebrou uma pata
Fraturou uma  asa
Será que caiu da gaiola
Ou brigou com o periquito?
Assim mesmo ele  canta
Mais ainda do que antes

Não sei se o canário é belga
Gaturamo ou bem-te-vi
Só sei que ele está morrendo
De saudades do Davi!

domingo, 20 de maio de 2012

FAXINA


Novo poema
Neste, como nos outros,
Sigo fascinado
Pelo tema da solidão




FAXINA

             Isaac Starosta


Enxotei os mercadores
Os construtores de castelos
Os roedores da paciência alheia
Os vizinhos bonzinhos
Pretendentes a inocentes
Enxotei os que cantam 
As suas vitórias e com isto
Fazem incrementar
O meu atraso de vida

Enxotei tudo e todos

Agora estou sozinho
Preciso começar
Uma nova empreitada

-Alguém me ajuda?!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

INTRODUÇÃO, texto de Isaac Starosta



                                   "INTRODUÇÃO"

Seguidamente faço descobertas com muita alegria. Assim, um dia desses, eu me deparei com uma gravação antiga, e raríssima, no campo do Long Play. Porém em nenhum cantinho da mesma consegui captar o ano de sua edição.
O disco em referência faz parte dos primeiros lançamentos da Gravadora Mocambo, de José Rozenblit, em Recife, Pernambuco. Era uma “Introdução”  que visava a divulgar a Bossa Nova,  deve ter surgido lá entre as décadas de 1950-60 e até agora não mereceu  nenhuma referência  no Google nem na imprensa musical.
  A Fábrica Rozenblit, que  nem existe mais,  pertenceu a uma família judia, ao que tudo indica de imigrantes da primeira metade do século XX, tal como aconteceu com uma família mais antiga, a dos Figner, que introduziram a marca Odeon no Rio de Janeiro. E assim aconteceu com as fábricas de automóveis Mercedes Benz na Alemanha e General Motors nos Estados Unidos, iniciadas por judeus que, em condições adversas, de imigrantes, tiveram de desenvolver ao máximo a própria  criatividade para garantir a sobrevivência melhorando de vida continuamente.
 Mas voltando ao nosso  LP, ele possui na capa um letreiro de sílabas separadas assim: "In-tro-DUÇÃO", algumas letras em preto outras em branco, ao fundo perfis de edifícios modernos, e algumas notas musicais. Na parte inferior da capa, uma lista em vermelho destaca a imagem de uma figura juvenil onde,  em letras brancas, está escrito “Teenager Series”, curiosa referência ao que seria a Jovem Guarda dos adolescentes daquela época que começavam a despontar na cultura de massa brasileira. 
Acrescento mais dados técnicos do disco:
                        Produção - Bernardo Sonderman
                        Direção artística - Djalma Cavalcante
                        Técnica de som - Julio Anidez
                        Capa – André
                        Entre as faixas do disco, aponto as músicas muito bem sucedidas para uma incipiente Bossa Nova:
                        - “Onde está você”, de Oscar Castro Neves, por Patrícia.
                        - “Morte de um Deus de Sal”, de Menescal e Bôscoli, pelo conjunto Impulso 4.
                        - “Maria Moita”, de Carlos Lyra, por Silvinha (suponho que seja a Silvinha Telles)
                        - “A Felicidade”, de A. C. Jobim e Vinicius, pelo Quinteto Berimbossa.
                        Segundo o autor do texto da capa,  “IINTRODUÇÃO é mais uma afirmação de que nestes últimos anos os temas de ‘bossa’ atingem uma força popular que há muito não se via, consequência lógica da nova forma rítmica e criadora que se imprime à música popular brasileira”.

                        Lembro ainda que por essa mesma época, aconteceu, num clube judaico de Copacabana, a primeira apresentação coletiva de bossa nova, a qual foi organizada por um grupo de profissionais-liberais da coletividade. Do recital fizeram parte, entre outros, Silvinha Telles, Carlos Lyra, Menescal, e assim por diante.
                        Se alguém tiver como contribuir com novos dados para esta minha pesquisa, gostaria de sugerir os seguintes temas:
            ‘           “A influência dos judeus na Bossa Nova”;
                        “A História da Gravadora Mocambo, da Família Rozenblit, em Recife”.        

quarta-feira, 11 de abril de 2012

MILAGRES ALADOS




O poema a seguir saiu publicado hoje, dia 11 de abril, no jornal ZeroHora de Porto Alegre Seção Almanaque do jornalista e fotógrafo Ricardo Chaves.
O poema é algo satírico. Vocês também acham?




                                   MILAGRES ALADOS
                                                                       Isaac Starosta
                                                          

                                   Os pássaros  cantores
                                   Transmitem  alegria
                                   Desafiam  a nossa
Maior inspiração     

                                   Já  os automóveis
São pássaros exultantes
Porém escondidos
Nas carapaças de metal

Milagres coloridos
Entre  sebes e tumbas
Tentam florescer
A aridez do asfalto

 Na verdade  os automóveis
Que brilham e pegam  fama
Não passam de  primos pobres
De todos os pássaros



segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

PAPAI DO CÉU




Este texto eu escrevi pensando na autoridade de um pai,
que pode ser o meu pai de quem eu sempre quis negar a existência ou do teu pai com quem sempre fizeste o mesmo
pois todos os pais se reduzem a um único Papai do Céu do
qual vivemos discutindo a validade
  


PAPAI  DO  CÉU


O fato é que Deus devia estar muito maluco
quando nos criou este mundo
Podia ter feito pior mas podia ter feito melhor
Também
Então Deus resolveu na pura brincadeira que
tudo estava muito bem feito do jeito que Ele fez
E com a consciência mais tranqüila possível
Voltou para o Céu e ficou dormindo eternamente 
Com o que nos deixou aqui na Terra
nós os protestantes nem certos nem errados
clamando o tempo todo por Justiça
que nunca sabemos exatamente
o que é ou virá a ser
Vamos rir ou vamos chorar?
É assim
O único legado que Deus nos deixou
Além de tudo que não presta
Foi esta Grande Dúvida que nos persegue
sobre a grande obra
que Ele nunca chegou a completar