Hoje acordei bem cedo, com vontade de escrever e caminhar.
Saí então de casa, com uma cadernetinha na mão, para anotar tudo o que rolasse de uma caminhada sem fim.
Gremismo (II)
Estou numa recaída de Gremismo agudo.
O Grêmio ia super bem. Com o Renato de técnico, era franco favorito para o título do Gauchão. Não sei se foi salto alto, só sei que de repente entornou o caldo, pois o favoritismo sempre é perigoso, muita presunção, torcedores cantando vitória nas estações de rádio e jornal, brigas de microfone, dirigentes denunciando irregularidades, declarando de tudo e logo depois proibindo novas declarações. E o Grêmio cantado e decantado em prosa e verso até que, alegria em casa de pobre dura pouco, perdemos em cinco minutos, nos pênaltis, todos os pontos acumulados durante meses.
O pior é que eu tenho tido uma vocação congênita para perdedor. Nas décadas de 40/50, quando eu era ainda um menino, o Grêmio perdia sistematicamente para o Rolo Compressor do Inter. Não sei por que, mas eu adquiri, desde aquele tempo, uma simpatia irresistível pelo perdedor. É que o perdedor sempre renova as esperanças de melhorar, jogando, perdendo, jogando de novo, afinal não vai perder sempre, vai que um dia.
O Grêmio perdia, perdia, porém um dia, somando a minha fé com a de outros torcedores, é bom que nem se saiba quando, um dia o Grêmio haverá de se levantar.
Agora voltando a caminhar, estamos chegando no Parcão, que uma vez foi a sede do grêmio, no Estádio da Baixada, vemos assim como tudo se liga, caminhando pelo Parque, além dos benefícios físicos e mentais, estou um pouco voltando à infância neste belíssimo recanto de canários, patos, tartarugas e gente linda, como convém a qualquer parque que se preze.
CAMINHANDO PELO PARQUE
Isaac Starosta
Andando pelo Parque
Desisto de ser um filho rebelde
E em compensação desisto
Também de ter um pai
Muito rigoroso
O Parque é o único caminho
Que me leva a um hoje sempre
De todos e de ninguém
O Parque é o único caminho
Onde posso andar
Sem sanduíches nos bolsos
Nem toscas vontades
Na Imaginação
Sem máquina nenhuma
Que me fotografe o caos
Aqui andando retilíneo
Em meio aos verdes naturais
Esqueço um pouco
Os tortuosos desenganos
Onde sempre me perdi
Querrrrrrido,
ResponderExcluirfaz um tempo que não ando por aqui, a visitar vc e o Parque.
Vc me fez gostar da dor(da dor). Tb mto das Ridiculâncias.
Saudades mil, meu poeta-sogrijo.
Loulou