Um tema tem
sido o dos meus mais recentes poemas, um tema essencial, indispensável a quem
sofre a condição humana, indispensável, creio a todos nós: o tema da solidão.
Por que? Por
que?
Isaac Starosta
Por que será esta
minha vida
Tão cheia de
percalços
Fazendo-me assim
tão íngreme
Para mim
mesmo?
Por que será
que ao me ver
De cima da
alma centenária
Vejo mil anos
confusos
De dispersão
pelo mundo?
Por que será
minha vida
Que caíste
fulminada
Enquanto outros
continuaram
Fazendo
milhões de coisas?
Por que será
que estou sempre
Na contra-mão
quando parece
Tão fácil fazer
tudo
Como os outros
fazem?!
Em meu redor
todo mundo
Pede
estendendo as mãos
Suplicam o pão da vergonha
- Um pouquinho mais de sorte!
- Sorte nada –
eu lhes respondo –
Sorte eu tenho
até demais
De poder
respirar ainda
Por mais algum
tempo
Quando todos
os outros
Só respiram
novamente
Quando peço que
retornem
Vivos à minha
presença!
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